aquilo que o destino
coloca em minha estrada.
Na verdade gostaria de
dizer que supero tudo o que a vida coloca em meu caminho, mas eu estaria
mentindo. Sou apenas um reflexo em um espelho qualquer, mas que trais consigo a
imagem de alguém que aprendeu o que é a dor e todas as suas variações, alguém
que sabe a dor do abandono e da traição e até mesmo a perda tanto de pessoas que
já se foram quando das permaneceram.
Reconheço que só foi
possível obter tal conhecimento, devido a variedade de bons sentimentos que já
se passaram e que passam por minha vida, tais quais o conforto de um abraço, a
emoção da conquista, o carinho de um amigo, o sabor de um beijo e a sinceridade
de um olhar.
Contudo de nada sei e de
nada me vale o pouco que sei se comparado a amplitude dos sonhos que me cercam.
Sonhos que muitas vezes são quase inalcançáveis, outros que são extremamente
confusos, ao ponto de me fazer mudar de plano várias e várias vezes. Mas
contudo, são sonhos. E nada além.
O que compõe o meu eu,
são as minhas escolhas e as escolhas que fiz e o modo como eu lidei com cada
uma de suas conseqüências até aqui. E o modo como penso agora é o que
determinará a escolha que farei futuramente. Admito que minhas escolhas, não
são normais, na maioria das vezes são até insensatas, mas o que posso fazer se
penso - ou acho que penso- de um modo diferente daqueles que me cercam e que
até mesmo exercem algum tipo de influencia sobre mim? Nada sou apenas uma
eterna mutante irremediável.
Alguém que resolve a
vida em um segundo e em outro não faz mais idéia do que fazer e torna a
questionar-se diversas vezes.
E no contexto essa sou
eu, alguém que sabe um todo de um tudo, mas nunca um tudo de um todo; alguém
que se rebela consigo; alguém que sonha, que decide e que muda de idéia,
vivendo assim uma eterna mentalmorfose.